Escolher um cachorro
Escolha o cachorrinho certo para si
Então, decidiu que aqueles cachorros dos anúncios para papel higiénico são muito divertidos e que tem mesmo de ter um. Parabéns! Um cão irá enriquecer a sua vida de cento e uma formas diferentes e proporcionar-lhe muitos momentos de felicidade e divertimento.
Enquanto a maioria dos cachorros cresce saudável, adorável e aprende a comportar-se corretamente, as suas hipóteses de encontrar o cão mais adequado para si serão bem maiores se elaborar uma simples lista que o ajude a tomar a sua decisão. Escolher um cachorro é um processo importante. Não querendo manchar a sua decisão importante, demasiados cães acabam por ficar em canis, ou pior ainda, são abatidos quando a sua relação com o dono corre mal.
A principal causa de morte dos cachorros com menos de 12 meses na Austrália é a eutanásia devido a problemas de comportamento. O seu cachorro acompanhá-lo-á durante muito tempo, por isso é importante agir corretamente. Aqui vão algumas dicas importantes:
Cuidados caninos – tenha em consideração os custos associados
Veterinários, tratadores, brinquedos, hotéis que aceitam cães, tudo se soma! Para ser um dono de cachorro ou cão responsável, é preciso tempo, dinheiro e energia.
Os cães adultos necessitam de exercício e treino regulares, com custos que podem ser consideráveis, já para não falar que poderá ficar sem um ou dois sofás, se as coisas não correrem exatamente como deviam. Demasiados cachorros acabam por ser abandonados ou tornam-se cães deprimidos porque as pessoas não olham para além do atrevimento para ter em consideração os aspectos racionais e práticos de se ter um cão.
Tenha em consideração a raça e o temperamento do cachorro
Quer acabar por conseguir correr 15 quilómetros por dia com o seu cão ou pretende apenas passeá-lo até casa dos seus amigos para o exibir? Ajeita-se com o tosquiador ou parece-se mais com o pior cabeleireiro da cidade?? Muitas pessoas compram cachorros porque gostam da sua aparência sem ter em consideração as necessidades e o temperamento daquela raça em particular.
Escolher um cachorro, como um Border Collie, por exemplo, não é muito sensato se o dono ou outra pessoa da família estiver raramente em casa ou se não tiver tempo para dedicar às necessidades de exercício físico e mental do cachorro. É muito importante que saiba com certeza qual o tipo de cão que vai adquirir para que saiba o que deve esperar. Também deve considerar o seu estado de saúde e a sua idade.
Consulte vários veterinários
O seu veterinário será a sua fonte de aconselhamento numa boa quantidade de assuntos, desde cuidados ao cachorro até treino com caixa de transporte e é importante que se sinta à vontade com ele/ela e com a sua filosofia de trabalho. Procure um na sua zona de residência de que goste e em quem confia.
Investigue o criador
O criador é honesto? Quem o afirma? Conhece alguém que já tenha adquirido um cachorro junto dele/dela? O criador sabe qual é o cachorro da ninhada mais apropriado às suas necessidades? E se o cachorro se revelar inadequado, o criador está disposto a aceitá-lo de volta? A documentação está atualizada?
Recorra aos seus instintos para decidir se realmente gosta dessa pessoa antes de confiar na sua opinião e no seu conhecimento.
Demore o tempo que for preciso
Observe os cachorros enquanto brincam durante pelo menos uma hora. Agache-se e veja as suas reações para consigo. Apanhe um dos cachorros que está a brincar satisfeito, sem ser demasiado bruto, e observe-o durante um momento – este é um bom sinal.
Um cão ou cachorro que lambe em vez de morder também é bom sinal, mas saiba que, se ficar conquistado pelos dentinhos afiados como lâminas, tudo se resolve com treino!
Escolha um cachorro sociável
Por vezes, vemos um cachorro sozinho num canto, com um ar infeliz e perdido, cenário esse a que o nosso instinto humano responde “olhem para aquela pobre criaturinha tão triste e sozinha. Vamos levá-lo e tratar dele.” Isto é um erro. Esse cachorro é provavelmente demasiado tímido, assustado, doente ou distante para interagir com o resto da ninhada.
Por vezes, os restantes cachorros não querem brincar com esse cachorro em particular por ele já ter manifestado o seu carácter brigão. A própria mãe já saberá que esse cachorro irá provavelmente tornar-se num cão problemático. É muito difícil agir desta forma, mas sentir-se-á satisfeito a longo prazo por tê-lo feito.
Foto de Bharathi Kannan em Unsplash.
Devo escolher o cãozinho mais gordo?
O cachorro maior da ninhada também se pode revelar o mais guloso – provavelmente empurra os outros cachorros para poder comer mais. O mais pequeno muitas vezes não se consegue defender e, portanto, não consegue obter comida suficiente.
O ideal é o cachorro de tamanho médio, pois esse não deve ser nem guloso, nem fraquinho demais e deve saber partilhar melhor. Os brigões gulosos ou os magrinhos fraquinhos acabarão por lhe dar mais dores de cabeça do que alegrias.
O tamanho também tem pouco a ver com o domínio ou com o quão extrovertido ou sociável o cão se pode tornar.
Olhe para a mãe do cachorro
E idealmente, também para o pai. Se a mãe for inativa, é muito provável que o seu cachorro também o seja, pois a maioria dos cachorros herdam o temperamento da mãe.
Se o criador lhe disser que não pode ver a mãe porque “está doente” ou “não pode ficar com os cachorros”, interprete-o como um sinal de que algo lhe está a ser escondido. Qualquer criador honesto certificar-se-á de que os pais podem ser vistos.
Se lhe disserem que a cadela tem tendências agressivas para com estranhos que se aproximam da ninhada, o cachorro poderá também ter assimilado esse comportamento.
Verifique o estado de saúde
Não escolha um cachorro sem energia, pois poderá ter uma doença escondida e certifique-se de que não manifesta sinais óbvios de doença. Já basta o preço que tem de pagar para adquirir e criar um cachorro, sem ainda ter de se confrontar com faturas por uma doença que não esperava.
Considere adotar um cão de raça cruzada
Os cachorros de raça cruzada podem ser animais de estimação adoráveis e leais. Como linha diretriz básica para saber qual será o seu tamanho em adulto, é provável que fique ligeiramente mais baixo do que a raça mais alta do cruzamento quando atingir o seu tamanho de adulto.
As características temperamentais de uma raça em particular podem ser compensadas na raça cruzada. Por exemplo, o carácter mais regular de um labrador pode equilibrar a personalidade mais exaltada de um boxer.
Não é aconselhável escolher um cachorro proveniente de um cruzamento entre duas raças altamente excitáveis, o resultado podendo ser um cão muito neurótico.
Não se precipite
Um cachorro não se deve separar da mãe antes de 8-12 semanas de vida. Qualquer altura anterior será demasiado precoce, mesmo que o cachorro já tenha sido desmamado.
Os cachorros que são mantidos na ninhada até atingirem os três meses de idade demonstram menos agressividade mais tarde se o processo de socialização for amplamente continuado depois de entrarem na vida de humano/cão. No entanto, podem surgir problemas se o cachorro for muito isolado do contacto com humanos durante esses primeiros meses.
Durante as suas 16 primeiras semanas, deve manter o cachorro perto da sua casa (exceto quando tem de ir ao veterinário) para que não apanhe uma doença no parque ou no passeio.
Evite os cachorros alimentados a biberão
Tenha atenção se o criador lhe apresentar um cachorro que foi alimentado a biberão por a mãe o ter rejeitado. O motivo pelo qual o fez foi por saber que algo estava errado com aquele cachorro em particular. Nós humanos não suportamos ver um cachorro faminto, mas as cadelas isolam instintivamente um cachorro indesejável e deixam-no morrer de fome.
A mãe sabe que esse cachorro irá enfraquecer a ninhada e a força da ninhada é o mais importante. Este cachorro será provavelmente um cachorro problemático.
Foto principal de Ricardo Arce em Unsplash.
Que experiência teve ao escolher um cachorro? Há alguma dica ou recomendação que partilharia?